É Pelo Princípio.

Eu sei que eu exagero as coisas, tanto por ser dramática quanto pela depressão. Desde às 14:30 eu to amargurando uma raiva dentro de mim. Desde quando abri a geladeira. Mas daí eu fui pra rua, a raiva foi adormecendo.

Hoje já é Carnaval, né. Acordei cedo, fui na minha avó ajudá-la a descer com a mala dela; voltei a dormir, depois de muito tentar – e eu precisava tentar, tinham sido só 3 horas de sono – e  conseguir, afinal, acordei pra ir ao banco.
Daí levanto, como uma banana e vou ajeitar umas coisas.
Nisso, abro a geladeira e vejo coisas incomuns; mas como o afilhado da minha “tia” está aqui e como vão todos viajar, nem me toquei, deixei pra lá. Só que minha tia vem me dizer que o “incomum” era meu.

Explico do começo:
Minha mãe, minha “tia”, afilhado, amigos etc etc etc vão viajar. Minha avó também. Eu resolvi que queria ficar em casa.
Quando foi o começo da semana, me pediram pra fazer uma lista do que eu ia querer do mercado pra minha mãe comprar hoje – sexta – antes de viajar. Fiquei com preguiça, enrolei mas ontem de noite entreguei a lista com algumas coisas, coisas essas que minha mãe já havia comprado pra mim sem que eu tivesse que explicar muito ou estar com ela pra que fosse comprado certo.

Um pouco antes de entregar a bendita lista, ela veio me perguntar se eu não ia comer as barrinhas de Cereal que ela tinha comprado. Fiquei confusa porque nunca na minha vida ia imaginar que ela tinha comprado 3 pacotes com 3 unidades de barra de cereal de uma marca que eu não conheço, sem eu ter pedido ou ao menos ter me anunciado que era pra mim. Janeiro foi um mês movimentado, então deduzi que era de quem andou passando por aqui.
Tudo bem. Ela deu um futuro pras barrinhas e eu, mesmo meio indignada, deixei pra lá.

Quando entrego a lista das coisas – que incluía pão integral e iogurte – minha mãe veio com a 1ª dúvida
“Mas qual iogurte?”
“Mãe, o último que vc comprou. ¬¬”
“Ah, mas é de que sabor? Pêssego……..”
Então eu escrevo no papel que NÃO É DE PÊSSEGO.
E detalhe: eu não sou fã de pêssego. Ela é. Eu gosto, se não tiver nada, absolutamente nada melhor, até vai. E nenhum Iogurte que eu goste de tomar tem sabor pêssego, só as marcas vagabas que vez ou outra ela compra. Sem contar que os que eu tomo são os ditos “magros”.

Passou. Deixei pra lá.

Então hoje, abro a geladeira e vejo lá o troço. E minha tia vem me dizer que já comprou tudo que coloquei na lista. Então eu pergunto:
“Aquela garrafa de iogurte é minha?”
“É.”
“Mas eu não tomo isso.”
“Mas vc não disse iogurte?”
“Sim, mas era o que eu tava tomando antes, que minha mãe tinha comprado antes, que é Zero e tals!!”
“Ah, mas não tinha nada no papel… E você tá de dieta?!?!?”
“Claro, eu achei que ela fosse comprar e eu tinha dito a ela que era o que ela comprou da última vez. E não, não to de dieta propriamente dita, mas vcs sabem que eu prefiro! Mas agora deixa, fazer o que, né?”

Ela não fala mais nada e eu saio pela porta. Meu, em que mundo eu tomo DANONINHO??? Tipo uma garrafa de 750 ml de DANONINHO! E quem é ela, minha mãe ou o Papa pra julgar o que faço ou deixo de fazer? É uma questão de preferência!
E eu saí, sabendo que não teria como trocar(sim! vc pode trocar mercadoria se tiver com a nota fiscal!!) porque povo aqui em casa tem uma dificuldade muito grande em segurar uma nota fiscal de mercado por 1 dia, que seja.

Volto pra casa com esmalte novo, torta da Lecadô pra matar a vontade e aumentar a serotonina. Tinha distraído um pouco, afinal. Faço o básico e resolvo, pra minha infelicidade, olhar o pão, que devia ser Integral.
Incrivelmente minha mãe acerta a mão no pão sempre. Mas como o iogurte foi bem falho, fui olhar.
PÃO INTEGRAL GRAHAM
Sério, em que vida eu comprei esse pão pra ela ter visto e comprado igual??? Não entendo.
Daí eu comecei a urrar de ódio. Urrar meio baixo porque eu não queria fazer escândalo, sabe. E também não reclamei, pra não parecer mal agradecida. E eu sei que quando eu reclamo eu sou bem grossa.

Tem coisas que pra mim são inconcebíveis. Uma coisa é você errar a mão num presente de aniversário, Natal… porque as pessoas têm mesmo uma dificuldade de sacar o gosto dos outros sem ser influenciado pelo seu. E mesmo assim, mesmo às vezes errando, a pessoa acerta.
E mesmo não acertando, eu super relevo, porque gosto não se discute e você sabe que a pessoa pensou – mesmo que errado – no presente que ia te dar.
Mas quando a pessoa erra comida, isso me espanta. Não nasci ontem; faço 27 anos mês que vem e acho um verdadeiro absurdo. Porque isso é com quase tudo.
Por Deus, eu não escondo comida!! O que eu compro de diferente tá lá pra todo mundo ver, e não é uma questão de ficar reparando, mas de prestar atenção.
E se não sabe, pergunta. Se eu soubesse que não seria minha mãe a comprar, eu teria dado mais instruções, exatamente porque minha tia talvez não tivesse ido às compras com minha mãe da última vez.

Daí eu passei a tarde toda mal. Mesmo. Parece bobeira mas é muito, muito frustrante, chato e revoltante as pessoas não saberem o que você come.
Talvez por não chorar há muito tempo, porque to numa puta crise depressiva, eu simplesmente não consigo parar. Toda santa vez que eu lembro o que compraram, eu choro.
Também não posso reclamar delas terem comprado as coisas porque foi de boa vontade; eu poderia ter recebido o dinheiro e ouvido um “se vira, faz as compras”. E de certa forma, não é o erro que me incomoda.
É o descaso. É a falta de atenção. É desconhecer quem vive debaixo do seu teto.

É pelo princípio de nunca se envolver. Pior, de não fazer o esforço pra conhecer, lembrar. Seja lá como se chama isso.

Virgem-wanna-be

Nossa. Me senti a própria alienígena hoje…
Além de ter multi tarefas a cumprir (o que levou a um corpo completamente cansado), precisei fazer coisas banais e me senti uma verdadeira idiota. Duas vezes.
Primeiro que algo começou errado: acordei às 6:40 da manhã. Oi?!?! Muito cedo?!?!
Mas… como boa de cama que sou, resolvi e consegui voltar a dormir, até ser incomodada pela moça que limpa na minha avó perguntando se tem água sanitária. Tudo bem. Eram 9. Dava pra voltar a dormir por mais uma horinha que fosse.
Só que não foi assim que a banda tocou. A autorizada da Motorola resolveu ser eficiente e resolveu me ligar pra avisar que meu conserto tava pronto. Eficiência, né? Shoptime precisa aprender com eles (long story short: to há 2 meses pedindo uma garantia de um produto pelo qual tenho direito e eles não mandam ¬¬).
Vou ver tv então. Pelo menos até 1 da tarde. Mas nãããããão. Minha mãe, que nunca, nunca liga, resolveu me tirar da cama, ir até a sala atender e escutar: “Tá dormindo? Não? Tá fazendo o que?” “Vendo tv mãe. To com vontade”. “Ah, então tá bom. Tchau”.
Sério, só pra falar isso. Mas eu perdoei e comecei a agitar a vida. E hoje foi vida de dona de casa total:
Colocar roupa na corda;
lavar louça e guardar;
montar computador e ver se funciona pra depois desmontar de novo;
pegar eletrônico na eletrônica;
fazer almoço;
fazer compras, porque o que precisava pro almoço não tinha em casa ¬¬;
limpar computador;
dar uma de técnico em informática e passar hooooooooooras procurando um driver na internet;
pegar banner dos outros;
voltar e terminar a comida e além de tudo, servir à minha mãe na cama.

O que mais me intrigou foi o seguinte: fui ao mercado e ao shopping. Ambos são realmente freqüentados por mim.. E vergonhosamente demorei zéculos pra achar a seção do creme de leite e outra meia hora pra descobrir que o açúcar não fica nos farináceos. E cara, como é complicado escolher aquele filtro do café. Foram uns 10 minutos olhando as únicas 3 opções que tinha sem saber qual era a daqui de casa.
Depois de ficar absurdamente envergonhada por passar pelos mesmos funcionários umas 3 vezes, consegui escolher meus tomates e fui pra fila.

O dia seguiu, eu ainda enrolada com essa coisa de cuidar de casa e finalmente terminei de fazer a 1ª parte do que seria meu almoço e virou jantar.

Lá vou eu no shopping. Outra hora perdida. Andei o shopping quase todo (só faltou o subsolo, literalmente) pra descobrir que o que procurava estava há uns 300m da entrada. Sério, eu vi aquela bosta de shopping ser construída, como eu não sei onde ficam as lojas? Eu tomo café lá, pago contas, vago nas horas vagas… vergonhoso…

Mas, entre idiotas e perturbadas, salvaram-se todas as pessoas que vivem dentro de mim. Porque de idiotice não posso reclamar que me falta.
Pra terminar o dia, resolvi dar uma de neurótica (ou realista e ludibriada ao mesmo tempo), falei o que queria, escutei respostas negativas, levei um fora, me senti podre e depois descobri que tinha razão.

Me sinto uma virgem hoje. Desde dos afazeres do lar às mentiras que as pessoas contam. Meu lado mais patético, ridículo, ingênuo e inexperiente estão muito à tona.


E é por isso que eu “rest my case” e termino esse post.

O Dia Em Que O Homem Aranha Quase Me Conquistou – relatos de uma mulher que tentou ser forte, mas…

Engraçado, né? Nós mulheres Pós-modernas gritamos tanto por um espaço em igualdade com o sexo masculino, nos fazemos de fortes e duronas. E nos bastamos a nós mesmas. Homens só servem pra fazer os trabalhos que quebram unha e/ou não podem ser feitos e salto.
De certa forma eu pensava assim também. Durona, sabe? Difícil. Nada de me amolecer por palavras doces dos Don Juans que existem por aí. Mas quando você menos espera, à espreita, só te vigiando, lá está ele… pra fazer de você a mais nova vítima de seus charmes e galanteios.

Passeios no shopping não rendem muita coisa. A não ser que você vá fazer compras. Ou comer. Ou ver um filme. Eu tinha meu objetivo em mente, mas não tinha esperanças de cumprí-lo naquele fim de tarde tão melancólico.
Distraída com minhas músicas, me deparei com o Homem Aranha. Ele parado alí, me olhando, me encarando com seu charme. Eu, na hora, nem dei muita bola. “Fala sério, cara feio me olhando”. E o olhar continuou. E eu tentei e distrair com outras coisas que me rodeavam naquele momento tenso. Mas algo me puxou. E fiquei lá, fitando aquele rapaz (minha mãe usa muito esta palavra…). Não estava decidida. Não sabia mesmo se ia ceder a tanto charme. Não era mesmo aquilo que queria pra mim, mas ele tinha outra feição, não sei… brilhava de uma tal forma…
Me controlei e saí daquele recinto que tanto me incomodou. Prometi que voltaria mais tarde, caso eu me decidisse. Continuei meu passeio no shopping. Mas sabia que ia voltar par os braços daquele garoto, com olhos tão penetrantes (nas traduções dos livros de Sidney Sheldon usam muito esta palavra).

Pouco passou e eu já estava lá, flertando com outro. Ainda me dei ao trabalho de pensar: “Controla! Controla! Eles são todos resistíveis!. Mas sabe como é, né? Ninguém vive sem. Mas eu gosto do estilo, e este me agrada mais”. Pensei muito, não queria ceder a tanta investida.

Não teve jeito. Tive que pegar. E levei a bosta do caderno. Tem cara de caderno de homem. Mas não tenho visto coisa melhor. E homem aranha, bem, lindo. Mas muito masculino, eu achei. Mesmo o outro tendo cara de caderno e homem.

É bom lembrar aos fabricantes que existem pessoas in need de cadernos decentes no meio do ano…

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Now playing: Maroon 5 – Can’t Stop
via FoxyTunes