Foi assim, ♫ como ver o mar.. a primeira vez… ♫
Mentira. Não vi o mar; mas é assim que começo a relatar as piores 24 horas do ano.
Ontem, final da tarde, estava eu conversando e sendo social e deixei meu laptop no quarto, as usual. Voltei, tela preta. Normal. Voltou pra tela, tudo travado. Estranho, muito estranho. Ctrl+Alt+Del não funcionou. Desliguei na marra.
Liguei e não carregava. Horas de terror. “Vou formatar, algum vírus dos infernos me pegou”. Depois de todas as opções de restaurar sitema com cd de instalação não funcionar. Vamos formatar.
“Não há disco rígido selecionado”.
Ou seja, notebook não reconhece meu disco rígido, ou seja, talvez ele tenha morrido. Ou seja, chorei, igual criança. Pedi a garantia, mas minha mãe não tinha como procurar ontem e diz ela que já passou, mas vamos esperar. Alguma coisa vou ter que fazer, ou voltarei a chorar como criança.
Saí pra beber logo depois, afogar as mágoas e matar saudades. Foram míseras 4 cervejas. E escutei atrocidades. ♫Fingi na hora rir♫ e simulei naturalidade. Volto pra casa enjoada, como se tivesse bebido o bar inteiro. Confesso que talvez o enjôo fosse pelas coisas que escutei, mas na verdade foi por conta de remédios que ando tomando. Enfim. Vomitei horrores, inclusive o que comi. Mas fui dormir feliz por saber que pela manhã a casa seria minha pelo carnaval inteiro, a não ser que minha mãe resolva ser party pooper* e voltar antes.
Acordei. Morrendo de frio, espirrando. Dor de cabeça. Gripe. CADÊ MINHA MÃE??
Instead, liga minha avó, de piadinha do tipo: “Tá acordada? Porque se não estava eu acordei”. Fala que quer comprar uma mala. Ela viaja amanhã de manhã. E tem umas 5 malas. Mas não, a mala dela tá feia e ela não quer passar vergonha. As outras, ou são muito grandes ou pequenas demais.
“Vó, preciso ir no Detran, no banco…”
“Ah, então deixa, vou sozinha.” Silêncio constrangedor pra você se constranger e dizer que vai.
“Espera eu colocar uma roupa e vamos”
Fomos. E lá ela não gostou de nada e cismou que as malas de tamanho médio eram minúsculas e as e tamanho grande, razoáveis. Chegou a dizer que não ia levar nada. Depois falou que não queria ocupar o PORTA-MALAS do carro que vai. Fui logo grossa a dizer pra ir só com a roupa do corpo. Levou uma mala. Antes fiz grosseria com o vendedor que cismava em me empurrar. Levei a mala pra casa, ela reclamando que iria de taxi, pra que eu fosse logo resolver minha vida, que ela anda devagar e etc. Mas trouxe a mala. Serviço completo, já que é pra fazer, né?
DETRAN. Fui pegar minha CNH. E fazer o RG. Tudo bem, Duda pago, foto em mãos. Enquanto o cara pegava sei lá o que da CNH, tiro a foto daquela embalagem que ficam as fotinhos, e ela cai no chão. A última que tinha. Quando pego, ela amassa e a moça diz que não vai passar porque está amassada. E não, “não tiramos foto nesse posto, mas tenta no Iguatemi.” Ok, saí de lá com a CNH e um certificado de bom condutor. Seria louvável se não fosse ridículo eu ser boa condutora PORQUE NÃO DIRIJO.
Entrei no ônibus e quando fui sentar, o filho da puta do motorista arrancou, bati o joelho no ferro, quase na quina. A dor ia da ponta do pé à virilha.
BANCO. Legal, vazio, peguei dinheiro. E o cara vem me dizer que a fila pro seguro desemprego começa cedo, tipo 6 horas da manhã. Cara, eu to indo dormir 5:30. Como assim chegar na fila às 6???
Enfim resolvi ir ao Iguatemi fazer o RG, porque rola uma urgência. Horas esperando o ônibus de graça, lá fui eu. Assim que meti o pé no shopping, me pareceu meio impossível isso, não quis perguntar pra não parecer idiota, e lembrei que o DETRAN fica, na verdade, na quadra da Vila Isabel. Compro meu lanche e vou. Chego lá e um ser qualquer me avisa que não, “O DETRAN agora fica no 5º piso do Iguatemi”. E volta eu. Com a comida na mão. E na chuva.
Aquela merda de shopping tem 4º e 5º pisos não ligados, ou seja, 2 pontos diferentes e como tava com sorte, subi pelo lado errado.
Enfim chego lá. E tem um papel bem grande escrito: CÂMERA COM DEFEITO. Ou seja, fiz uma viagem inútil, gastei meu tempo a toa.
Compro Cupcakes. E uma sandália. Tava em promoção.
1 hora depois, estava eu voltando pra casa. Não ia tirar foto pro RG porque meu humor tava tão ruim que ia chorar ao invés de fazer “cara de paisagem pra fotos de documento”.
Descubro que meu joelho tava se desmantelando, mal conseguia andar com o sangue frio. Mas já estava na rua, vamos comprar remédios.
Ontem, btw, fui à médica. Linda ela. Me passou um remedinho básico pra depressão se controlar e sumir. Remedinho barato, 75 reais. Segui pra Pacheco e na porta, um POMBO faz um rasante na minha cabeça. Tipo de encostar. Fiquei tão atordoada que me segurei na pilastra e bateu aquele desespero de querer chorar no meio da rua. Me controlei e fui comprar o bendito remédio com desconto, graças a Deus, na Venâncio.
Voltei pra casa, descobri que fiquei menstruada na rua. Coisa que MAIS ODEIO NO MUNDO. Banho, porque eu preciso. Vamos ser mocinhas e vaidosas. Raspo a perna e arranco um pedaço gigante de pele junto. Todos chora.
Só me restou comer meu Burger King e ser feliz e comer meu primeiro Cupcake, e já digo, doce supervalorizado esse. Mas nada mal.
Enfim. Dia cu, dor no corpo inteiro, cansaço e frustração.
E pior, amanhã tem mais. Levar avó no taxi de manhã cedo e rumar pra fila dos desempregados.
Vida de Merda.
*estraga prazeres