Tirei a tarde pra falar algumas verdades a pessoas queridas.
Queria mesmo entender por que pessoas estão perto e mim se não sou bonita, não sou inteligente, não sou interessante, não há nada de fato bacana sobre mim que faça sentido ter amigos.
Cheguei a dizer a meu amigo que ele não sente nada por mim – porque eu me declarei a ele – porque sou isso tudo aí.

Acho que as pessoas não entendem o quão importante é ter algo que de fato faça sentido ter pessoas por perto. Porque eu me sinto humilhada por ser tão vazia e oca e não ter nada de legal pros outros.
Estar ali simplesmente por estar ali e dar mais trabalho do que prazer pros outros é ridiculamente triste.

Agora, eu só queria morrer.

Talvez eu esteja em crise de depressão e não gosto de assumir isso. Também não tenho como ir ao médico e minha terapeuta está de férias.

Eu só queria morrer e não ter que lidar com minha falta de inteligência, com o fato de não ser interessante, com a realidade de ser vazia e incômoda a maior parte do tempo.

Além disso, ainda preciso lidar com o fato de não ter dado a devida atenção aos prazos que precisava e vou ter que lidar com esporro porque estou errada e posso ter ferrado muita coisa. Foi feio. E com isso, fica difícil me candidatar à vaga que estou pretendendo se não sou capaz de cumprir com minhas responsabilidades.

Sério, que vida ruim neste momento. Só queria poder sumir e deletar toda e qualquer pessoa próxima de perto de mim.

Cadê Eu?

Eu não sou mais quem eu era.
Ainda não sei exatamente por que, mas não sou. Ou talvez eu saiba, mas não queira admitir.

Eu era extrovertida. Nunca fui dessas de me destacar entre um grupo, mas sempre fui de fazer amizades rapidamente, sempre fui falativa, tinha tiradas engraçadas e era legal de estar perto. Sempre tinha assunto e opinião sobre qualquer assunto não me faltava. Eu era alguém interessante.

De uns tempos pra cá isso mudou e não percebi. Foi mudando comigo, conforme eu fui me afastando das pessoas, dos meus amigos. Fui perdendo traquejo social . Fui sendo aquele tipo de gente que sempre diz que não tem assunto e por isso não se entrega e não se integra.

Passei alguns anos da minha vida, entre idas e vindas de crise depressiva, afastando quem me queria bem. Ia além das minhas forças; acontecia, apenas. E depois de um tempo as pessoas param de te procurar, você para de conviver e só sobrevive. Vai pro curso, vai pra faculdade, vai pro trabalho e só. E para de falar, de conversar, de trocar ideias e vai minguando. Eu minguei. No meu corpo grande parece que só restou uma pessoa pequena e mignon e insípida, que só olha e ri.

Passei um fim de semana delicioso me integrando, ou ao menos tentando, com pessoas maravilhosas, com tanta história, tanto assunto pra compartilhar, tantas conversas pra eu participar e eu simplesmente não fui eu. Não o ‘eu’ que achava que deveria ter sido, mas o que tem sido, não o do passado que era engraçada e interessante. Era uma pessoa que não confia, que não se joga, que não se entrega e não se abre.

Conversas, pinturas, momentos engraçados, conversas sérias, danças… e eu sempre me sentindo e me colocando à parte do mundo porque não consigo me encaixar nele. Meu mundo é só meu, um mundo estranho onde eu estou apática quando não estou deprimida.

Pesei seriamente se valia a pena tomar remédio pra continuar assim. Não sei se tem solução trocar toda uma medicação pra tentar ser gente de novo. Não sei até onde os remédios de hoje estão influenciando a tal ponto. Não sei qual bagagem estou levando de anos de afastamento. Só sei que está estranho e estou estranha e pessoas que estão me conhecendo agora podem achar que esta sou eu enquanto na verdade nunca foi.

Espero que pra essas pessoas dê tempo de mudar, me mostrar e mostrar tanta coisa boa que eu posso oferecer. Se ainda tenho amigos é porque algo de bom há em mim e isso precisa voltar a fluir e florescer e ser visível aos olhos de quem tem a oportunidade de estar comigo. É bom ter gente interessante à volta. É bom ser a pessoa interessante em um grupo ou ser parte integrante dele.

Eu só não quero viver num mar de apatia e marasmo. Melhor, quero sair dele, dessa tormenta que me envolve e quase me afoga, junto com as lágrimas de frustração por não conseguir conversar com pessoas bacanas e somente fitá-las ao invés de começar papos que antigamente teriam fluidez.

Eu só não quero ser aquela pessoa que diz que não tem conversa, que é introspectiva e fechada e estranhamente incômoda que eu sempre abominei.

I Got 99 Problems And I’m All Of Them

I’m disturbed. In every sense of the word.
Not like those disturbed people you see on Facebook, sharing posts about House MD or some other series character saying how weird and dysfunctional they are.

I’m sick. Sickly disturbed.
Last week I went to my psychiatrist’s appointment and suddenly I found out that my thoughts, that I have been having for 15, 20 years, are not usual, common, okay. Whatsoever.
Suddenly I found out that it is not okay to imagine myself being shot in the back every time I enter my building. Suddenly, thinking about being shot in the back at all, by anyone, by an imaginary enemy, is not something normal people do.
Out of nothing, I discover that imagining myself being filmed just like The Truman Show is not exactly something I should be thinking, since it’s not exactly real.

Dear all, THAT is being disturbed and sick. And because of all that, I add a new medicine to all the medicines I already take every fucking single day. And because of those remedies, I went to the dermatologist, and my face and back are being treated for acne. And tomorrow I’m going to the gastroenterologist tomorrow.

After 30, that’s all I do: I have appointments. A LOT. It’s boring, it’s expensive, it’s tiring. I don’t know why this comes from this time, but I choke every dawn and feel heartburn every single day. Imagine how nice I feel, huh?

Living is nice, as anyone can see. Being this weird, even better then.

I just needed to say how weird I feel for feeling and thinking weird stuff, now acknowledging it’s not usual and not even close to normal. I could not say all these in Portuguese just because I couldn’t; it’d sound a lot worse  than it already is…

In the other hand, I got some nice things to come, I guess. Being 30 has also given me much more awareness of what I really want for myself and what I really need to live high, might and righteously…

Maybe tomorrow.

Enjoy

A gente conhece pessoas que talvez tenham a missão de fazer você entender que a vida é curta, é bela e que tudo passa. Ela foi uma dessas. A pessoa mais animada. Conheci como mãe do meu colega de faculdade; ele virou amigo, grande amigo. Ela virou a tia. E então virou nossa amiga. Amiga pra qualquer coisa. Pra se juntar nos nossos queijos e vinhos, pra escutar problemas, pra tomar chá, pra desabafar dos problemas dela no trabalho, com o marido, com os filhos, nosso amigo.

Ela sabia viver porque era o que tinha pro dia, pro mês, pro ano. Tem que viver, tem que aproveitar. Todo ano, uma viagem com belas fotos. Festas de ano novo, reuniões dos filhos onde ela se juntava e bebia junto e cantava e ria; comemoração porque o filho voltou do intercâmbio, comemoração porque meu amigo terminou a faculdade  – ufa – conseguiu apresentar a monografia, aniversários… tudo era motivo porque viver era o motivo.

Em 2011 meu amigo passou por um péssimo momento e em questões de meses foi a minha vez. Eles se juntaram e não como uma amiga, mas com a idade e experiência de vida, se fez de mãe, a mãe que não tive pra me apoiar naquele momento, e me levou onde deveria ir, me orientou no que deveria fazer, me deu força, me deu apoio. Não só naquele momento, mas a partir dele. Dali pra frente, se havia alguma dúvida da importância dela, não havia mais. Ela passara, mais que oficialmente, pro posto de amiga, companheira.

Semana passada meu amigo compartilhou uma de suas paraltices. No dia seguinte veio com a notícia que avassalou os corações de qualquer um que tenha cruzado o caminho dela. E em 4 dias ela se foi por conta do destino, das circunstâncias, da vontade de Deus, é a única explicação.

E nessa tristeza toda, no choque de saber que meu amigo e o irmão perderam a mãe e uma amiga, que seus amigos ficaram desamparados da pessoa que era ela, reli minhas mensagens:

“Minha amiga querida, entendo seu sentimento, entendo seu recolhimento mas torço como sempre para que vc consiga passar mais uma vez por isso. Nossa vida é feita de altos e baixos. Devemos ficar no alto e estarmos preparados para os baixos. Aproveite querida, vamos viver o que podemos.
Não desista nunca amiga…………..a vida é para ser vivida”

Não pude me “despedir” na festa de aniversário que ela deu porque eu estava em crise. Porque eu estava deixando de viver, o que tem sido habitual pra mim desde 2006 e isso me dói.

Parece bobeira, parece coisa de filme com moral da história, mas a morte dela me deixou um bocado assustada. Eu, que passei meus dias pedindo a Deus que me levasse, me senti com medo de morrer e não viver tudo que quero. Pra mim, ela foi a personificação de viver a vida, aproveitá-la ao máximo, mesmo com problemas, mesmo com desvios no caminho….

Hoje, meus remédios estão ok. Nos entendemos, estou bem. Voltei à academia, gosto disso e estou fazendo das minhas idas uma hábito. Voltei a socializar. Voltei a sorrir. Tá tudo bem e se der tudo certo, vou começar a viver bem a vida. É o que tem na ordem dos dias.

Ah, e não fui demitida.

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Minha mãe é daquelas que acha que se souberem que minha licença foi por motivos de doença psiquiátrica, serei mandada embora por justa causa (vê-se que ela não sabe qual o conceito de justa causa, pra começo de conversa)- aff. E que é bom que ninguém saiba porque se eu for demitida eu fico péssima em casa, muito pior que trabalhando. Vê se pode. A pessoa não sabe o que to passando e fala umas merdas que só Jesus mesmo pra salvar.
Ela também é daquelas que, sabendo do que se tata essa maldita doença não vem querer saber como estou; instead, diz com todas as letras que está esperando eu chegar pra falar com ela. Falou isso, quando fiz questão de informar que ela já sabe de tudo pois foi atrás da minha amiga pra saber das coisas e ela negou que soubesse de qualquer coisa.

E ainda tem quem não entenda o por quê de eu querer meu canto, minha casa, minha vida.

Esses dias de licença foram perturbadores porque, além de eu não querer tirá-los, ainda neurotizei com essa história da minha mãe, apesar de achar que ela não tem razão. Porém sei que minha saúde precisa de atenção e se, por algum acaso, nesse mundo moderno, em pleno século 21, acontecer algo do tipo, prefiro perder meu emprego. Lugar nenhum que prefira me demitir porque estou cuidando da minha saúde e de mim, me merece como funcionária.
Nem por isso deixei de sonhar com o trabalho. Também abri e-mail mas não respondi nenhum.

Hoje fui à academia, descobri que tenho até novembro; meu plano vai até agosto e com os 2 meses trancados e a choradinha de maio, que não tranquei nem fui, ganhei 3 meses pra frente. Espero voltar essa semana.

Confesso que me sinto muito melhor, não pelos dias que estou em casa, mas pela medicação mesmo. Vai que agora dá certo, né. É o que espero, de verdade. Dá uma canseira danada esse negócio todo.

Amanhã ainda é sábado e, pasmem, tô cansada de casa, por mim ia trabalhar. Tem muito da questão não resolvida também, me deixando meio ansiosa. E ficar em casa com a senhora minha mãe nesses últimos tempos não tem sido a melhor das opções.

Bandeira Branca, Amor

bandeira-branca-294x300Petrópolis.
Não rolou. Arrumei tudo, comprei passagem de ida, reservei albergue. Não fui.
No mesmo fim de semana, descobri que minha amiga e minha mãe se comunicam e minha mãe pergunta a ela o que não tem coragem de vir conversar comigo. Estou magoadíssima até agora.

A vida foi difícil, liguei pra minha médica. Marquei consulta. E fui. E aceitei atestado, além de pedir um encaminhamento pra psicóloga.

Como nada na minha vida é simples, na terça, quando peguei o atestado, deu uma diferença no caixa do trabalho, logo na época em que cobri licença da minha colega. Os comprovantes, na verdade, são da época em que ela estava lá. Mas como EU não conferi quando peguei a chave, é como se EU tivesse perdido. E então, como se tivesse perdido uma grana que não recebo nem de salário.
O dinheiro, tampouco os comprovantes, recibos e notas fiscais não apareceram. Minha colega também fez questão de dizer que a culpa foi minha porque ela nunca, em hipótese nenhuma, perderia aquilo. EU perderia. Claro.

Uma pausa:
Antes de conversar com minha chefe sobre a licença, eu falei com essa colega. Ela foi bem bacana, me dando toques, dizendo que sou inteligente, que não posso me diminuir, não posso ser negativa, não posso ficar achando que sei pouco ou que sou pouco pra empresa. Falou que todos perceberam o quanto sou frágil e que temos que tomar muito cuidado com quem se diz amigo e não é e que já teve gente dizendo que sempre que fala algo pra mim eu choro.

Cheguei à conclusão que essa pessoa é ela, depois de pensar um pouco. Mas, overall, tinha achado muito interessante, tirando a parte da fragilidade, porque não sou frágil. ESTOU DOENTE e são duas coisas diferentes e, apesar de não colocar isso à mesa, não acho certo julgar pela capa.

Voltando ao ensejo:

Minha chefe queria que eu nem fosse hoje mas realmente não consegui deixar pra lá. E passei o dia todo hoje, sem que houvesse solução. Conversamos nós três, e a colega continuou colocando a culpa em mim. Assumi, realmente fui ingênua e ela poderia, também, ter me dado o toque de conferir o caixa antes de assumi-lo. Tenho 30 anos e menos de 1 ano de experiência em financeiro. São coisas que a gente não sabe e tals.

Apesar de nada resolvido e a maior torta de climão que já comi – rs –  e eu assumindo a culpa, a colega me olha torto. Estou assumindo que pagarei o valor. Minha chefe acha que estou sofrendo por antecipação, mas não estou. Só acho que tem que ser resolvido logo, porque não adianta ficar enrolando e adiando o inevitável. Esses recibos não vão pipocar, de repente, na nossa frente.

Tudo isso pra dizer que:

Não sei o que pensarão de mim, não sei se deporá contra mim, mas tirei minha licença.

São 2 dias, apenas, que com o fim de semana, se tornaram 4; serão bons pra eu me adaptar à nova dosagem de medicação. Basicamente isso.
Estou saindo de licença num péssimo momento mas que ao mesmo tempo eu não tenho mais o que fazer além de esperar o diretor financeiro falar o que já sei.

É uma sensação estranha porque até durante a consulta com a psiquiatra eu atendi telefonema do trabalho; parece que não consigo me desligar. Acho que de certa forma é uma válvula de escape de mim mesma ou o que tem me feito surtar mais rápido. Mas desta vez, depois de mais de uma mês de insistência, eu cedi.

E estou em paz com Deus. Ele sabe o que faz e sabe do que preciso. E eu sei que preciso cuidar da minha saúde porque seja este ou qualquer outro emprego, nunca manterei estando doente. E o dinheiro? Em paz. Não perdi, não vi, mas assumo. Errada fui eu de não ter visto o erro no momento. A gente se ferra e aprende. E tenta não errar de novo.

E eu só quero paz, respirar fundo e começar segunda-feira 25% no caminho de um novo tratamento que me deixe em paz. Não dá é pra lutar contra um corpo que pede socorro. Ergui a nossa bandeira branca, finquei no chão e vou deixar rolar. Melhor que surtar, né?

Ups That Look Much More Like Downs

Achei que estava melhor.

Fiz toda uma programação para um sábado, que se tornou meu próximo fim de semana.
Vou passear sozinha, tirar fotos e visitar lugares histórios, tomar vinho lendo livro em Petrópolis. Acho que será legal.

No fogo do momento, resolvi que tinha que sair e me arrumei. Fui à uma festa, lá conheci gente só por pedir licença. Um grupo de gente bacana, com tanta coia comum. E emendamos  em outra festa e cheguei em casa às 6:30. Parecia que tava tudo melhor. Até queria marcar um encontro com meus amigos.

Hoje fui trabalhar e tinha muito o que fazer.

No meio do expediente descobri que umas meninas foram promovidas; descobri que minhas traduções foram distribuídas pelas filiais. Tudo lindo. Infelizmente não é bem assim. Eu não tive crédito pela tradução, tampouco recebi parabéns por isso. E faz falta. E das meninas promovidas, somente uma tem mais tempo que eu na empresa.
Óbvio que a matriz tem muito mais funcionários, e teve uma debandada boa, mas é uma sensação de fracasso constante e eu não sei lidar com isso.

Vai entrar uma estagiária nova no escritório. E eu continuo ali, cobrindo licença e férias de um setor. E mais nada. Não levo crédito nem pelo o que fiz, e fiz bem porque não houve modificação na minha tradução, eu pedi pra ver a cópia de um colega.

E isso tudo foi muito mais que suficiente pra que eu me sentisse uma merda. E estou há exatas 4:30h querendo me debulhar em choro e não tenho oportunidade. E não sei mais a quem recorrer, só penso em todos os remédios que poderia tomar e acabar com esse sofrimento. Eu não aguento mais.

Cheguei ao ponto de ter ido ao shopping, comprado roupa de frio – gastado dinheiro que na verdade nem tenho – e não ter me sentido melhor com isso. Gastar dinheiro sempre me fez me sentir melhor, e não é algo que me faça mais bem.

Eu perdi todo e qualquer prazer na vida e não tem remédio que faça efeito mais; é a sensação que tenho.

Eu digo que estou cansada. É cansaço, muito, muito cansaço. Cansa se sentir assim e saber que não é socialmente aceitável querer acabar com a vida. Saber que minha crença não permite que eu dê cabo da minha vida em paz também é perturbador. E não conseguir chegar a lugar nenhum, não me sentir curada e sã e bem… é cansativo, é sofredor. Não é jeito de se viver.

Não era isso que eu achava que era viver.

Tá Tudo Bem Agora (?)

A gente acha que tá tudo seguindo seu devido caminho até que aparece uma pedra enorme e pronto: você chora na sala da chefe e fala nada com nada, vai pra casa e mistura remédio com bebida pensando seriamente em se jogar da janela, mas acaba sendo achada desacordada no banheiro e vai trabalhar grogue com todos se perguntando o que aconteceu.

Depois a gente abre os olhos e percebe que foi só um sonho. (?)

Muitas coisas, Muito Nada.

Muita coisa mudou desde o último texto. Muita coisa continua a mesma, mas acho que não cheguei a contar. Vamos lá.

No final das contas, arranjei um médico novo, que turned out to be uma médica, por ironia do destino e do plano de saúde. Estamos alinhando remédios, vendo o que dará certo e quando quase surtei na quinta-feira passada, e tive uma consulta de emergência na sexta, tudo indica que meu quadro vai um pouquinho além da depressão, mas prefiro não falar sobre isso, nem falo abertamente sobre depressão aqui (ou falo e nem percebo? falo, né?).
Comentei sobre um psicologo nessa consulta e ficou claro que o encaminhamento só será feito a partir do momento em que eu me sentir preparada pra ir, e eu cogitei mas ainda não amadureci a ideia, veremos.

Nesse ínterim de médicos, remédios e etc, tranquei a academia, obviamente, mas não este mês. A dose de remédios que mudamos de quinta pra cá, e que deve dar certo, pode me dar um pouco de ânimo e coragem pra pelo menos ir pedalar um pouco.
Sobre os remédios. Um tira fome. O outro dá fome. Perdi 4kg (e os ganhei nesse fds sozinha em casa, comendo aquela pasta tipo Nutella, mas da Ovomaltine, coisa de louco, muito boa). Tudo indica que até nisso será bom.

No trabalho, me sinto pragmaticamente humilhada. As pessoas me tratam como uma nada. Até diretrizes que eu deixo claro que me foram passadas, são questionadas.
Esses dias cheguei muito perto de jogar tudo pro alto e pedir pra sair, porque não estava aguentando. Só não o fiz porque não conseguiria me explicar, porque só conseguia chorar.
É muito difícil se fazer entender quando se está descontrolada.
Me lembraram também que eu conversei com a chefe pedindo uma chance, e que ela veio me dizer que conversou com o chefão a respeito e que estão pensando em alguma coisa. Acho que é válido esperar pra ver, mas é muito difícil quando as pessoas olham pra você e dizem que você tem cara de quem serve pão de queijo e guaraná natural. E sim, foi dito na minha cara e eu não posso fazer muita coisa.
Ser recepcionista com uma faculdade nas costas é muito duro. E olha que estou substituindo a colega o financeiro, mas mesmo assim parece que não serei nunca respeitada ou considerada.

Dia das mães foi outro evento sofrido, minha família toda reunida, eu com cara de morte e tentando ser o menos pior possível e mesmo assim foi complicado.

Acho que nunca mais também terei meus amigos como um dia eu os tive. Perdi trejeitos sociais e eles nunca mais me olharão da mesma forma, mesmo que eu volte ao convívio deles. Por isso cogito também a psicóloga. Porque precisarei conversar com quem irá me julgar ganhando pra isso.

Eu tinha muita coisa pra falar, veio muita coisa na mente, todos os dias penso sobre escrever e não o faço. Esvaziei algumas coisas e vou tentar ser menos aleatória. Isto é, pra mim mesma, minhas memórias, que, exatamente como o twitter, o blog é só pra mim mesma, ninguém lê, só aleatórios jogando palavras-chave no google.

Paliativo

Mais um dia, menos um dia.
Cada dia mais perto. 
Estou há 7 meses sem ir ao médico e não foi por opção. Estou há pelo menos 4 meses sem remédio.
Daqui a menos de 2 semanas eu terei consulta. Médico novo, possivelmente remédio novo também.
Ainda me surpreendo não ter feito nenhuma merda nesse tempo todo. Com certeza ter ido à academia ajudou a me controlar. 

Mais um dia, menos um dia.
Estou chegando à beira do meu abismo. Estou cansada de lutar contra mim mesma, mas sei que as opções que me restam não são boas. 

Meu passado deixa claro o que sou capaz de fazer e sei bem o que vai acontecer caso eu resolva aprontar. Não curto as opções. Estou me controlando.

Mais um dia menos um dia.

Comendo chocolate.
É assim que os dias tem se passado pra mim, apesar das minhas roupas não estarem exatamente confortáveis. 

Sinceramente, prefiro meu chocolate neste momento. Não estourei cartão nem conta comprando roupas; já estou no lucro. Meu foco agora é estar viva até a chegada. Até a consulta. É o que tem pra hoje, ontem, amanhã e pros próximos dias, talvez.

Mais um dia, menos um dia.
Na esperança de que logo terei o mínimo de vontade de estar com queridos. Antes que esses queridos façam como os outros e eu nunca mais os veja.
Na esperança de poder comprar a câmera que tanto quero e poder sair pra tirar fotinhos por aí.
Na esperança de dias melhores do que esses que ando vivendo.