Bandeira Branca, Amor

bandeira-branca-294x300Petrópolis.
Não rolou. Arrumei tudo, comprei passagem de ida, reservei albergue. Não fui.
No mesmo fim de semana, descobri que minha amiga e minha mãe se comunicam e minha mãe pergunta a ela o que não tem coragem de vir conversar comigo. Estou magoadíssima até agora.

A vida foi difícil, liguei pra minha médica. Marquei consulta. E fui. E aceitei atestado, além de pedir um encaminhamento pra psicóloga.

Como nada na minha vida é simples, na terça, quando peguei o atestado, deu uma diferença no caixa do trabalho, logo na época em que cobri licença da minha colega. Os comprovantes, na verdade, são da época em que ela estava lá. Mas como EU não conferi quando peguei a chave, é como se EU tivesse perdido. E então, como se tivesse perdido uma grana que não recebo nem de salário.
O dinheiro, tampouco os comprovantes, recibos e notas fiscais não apareceram. Minha colega também fez questão de dizer que a culpa foi minha porque ela nunca, em hipótese nenhuma, perderia aquilo. EU perderia. Claro.

Uma pausa:
Antes de conversar com minha chefe sobre a licença, eu falei com essa colega. Ela foi bem bacana, me dando toques, dizendo que sou inteligente, que não posso me diminuir, não posso ser negativa, não posso ficar achando que sei pouco ou que sou pouco pra empresa. Falou que todos perceberam o quanto sou frágil e que temos que tomar muito cuidado com quem se diz amigo e não é e que já teve gente dizendo que sempre que fala algo pra mim eu choro.

Cheguei à conclusão que essa pessoa é ela, depois de pensar um pouco. Mas, overall, tinha achado muito interessante, tirando a parte da fragilidade, porque não sou frágil. ESTOU DOENTE e são duas coisas diferentes e, apesar de não colocar isso à mesa, não acho certo julgar pela capa.

Voltando ao ensejo:

Minha chefe queria que eu nem fosse hoje mas realmente não consegui deixar pra lá. E passei o dia todo hoje, sem que houvesse solução. Conversamos nós três, e a colega continuou colocando a culpa em mim. Assumi, realmente fui ingênua e ela poderia, também, ter me dado o toque de conferir o caixa antes de assumi-lo. Tenho 30 anos e menos de 1 ano de experiência em financeiro. São coisas que a gente não sabe e tals.

Apesar de nada resolvido e a maior torta de climão que já comi – rs –  e eu assumindo a culpa, a colega me olha torto. Estou assumindo que pagarei o valor. Minha chefe acha que estou sofrendo por antecipação, mas não estou. Só acho que tem que ser resolvido logo, porque não adianta ficar enrolando e adiando o inevitável. Esses recibos não vão pipocar, de repente, na nossa frente.

Tudo isso pra dizer que:

Não sei o que pensarão de mim, não sei se deporá contra mim, mas tirei minha licença.

São 2 dias, apenas, que com o fim de semana, se tornaram 4; serão bons pra eu me adaptar à nova dosagem de medicação. Basicamente isso.
Estou saindo de licença num péssimo momento mas que ao mesmo tempo eu não tenho mais o que fazer além de esperar o diretor financeiro falar o que já sei.

É uma sensação estranha porque até durante a consulta com a psiquiatra eu atendi telefonema do trabalho; parece que não consigo me desligar. Acho que de certa forma é uma válvula de escape de mim mesma ou o que tem me feito surtar mais rápido. Mas desta vez, depois de mais de uma mês de insistência, eu cedi.

E estou em paz com Deus. Ele sabe o que faz e sabe do que preciso. E eu sei que preciso cuidar da minha saúde porque seja este ou qualquer outro emprego, nunca manterei estando doente. E o dinheiro? Em paz. Não perdi, não vi, mas assumo. Errada fui eu de não ter visto o erro no momento. A gente se ferra e aprende. E tenta não errar de novo.

E eu só quero paz, respirar fundo e começar segunda-feira 25% no caminho de um novo tratamento que me deixe em paz. Não dá é pra lutar contra um corpo que pede socorro. Ergui a nossa bandeira branca, finquei no chão e vou deixar rolar. Melhor que surtar, né?